Análise – Brothers a Tale of Two Sons inova na jogabilidade

Lançado em 2013, Brothers a Tale of Two Sons é um jogo simples mas com uma história excelente e uma jogabilidade no mínimo diferente, leia nossa análise.

Ficha técnica

  • Plataforma: PC / Xbox Live / PSN
  • Lançamento: 7 de agosto de 2013 (Xbox Live) e 3 de setembro de 2013 (Steam e PSN)
  • Desenvolvedor: Starbreeze Studios
  • Distribuidor: 505 Games

Novo ano se aproximando e todos os sites de venda de games estão com várias promoções pipocando. Muitas vezes com valores irrisórios, mas que podem proporcionar bons momentos de diversão, alguns jogos podem passar despercebidos pelo grande público, por não serem de grandes estúdios. E o valor de venda muitas vezes parece realmente uma armadilha. Brothers a Tale of Two Sons, é um exemplo, estava a menos de 3 reais na Steam. Jogos como Brothers, Magic Rampage, Mr. Bree+, Limbo, FEZ e muitos outros merecem muito reconhecimento, pois são muitas vezes feitos por um grupo mínimo de pessoas (as vezes uma) e passam por diversos problemas (assista o filme Indie Game: The Movie, você vai se sentir envergonhado em piratear um jogo indie). Pra isso criamos esta sessão Mundo Indie para que jogos independentes, conhecidos ou não tenham o seu espaço.

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E para começar muito bem escolhi o jogo Brothers a Tale of Two Sons, que é um jogo de 2013, para os padrões de lançamento atuais, já é um jogo velho.

Comprei o jogo devido ao trailer, que sugeria um jogo em que o modo cooperativo era vital. Porém, eu só tinha um controle, jogo com um controle de Xbox 360 no PC. O comportamento do jogo no single player era a minha maior dúvida foi onde o jogo mais me surpreendeu.

Enredo

A história começa com um garoto chamado Naiee, de joelhos em frente a lápide de sua mãe. Então o jogo mostra a lembrança de um acontecimento trágico: a mãe do menino estava se debatendo na água tentando voltar para o barco. Ele tenta puxar ela para o barco onde está, mas, por não ter muita força acaba soltando o braço dela. A cena termina com a mãe desaparecendo aos poucos na imensidão do oceano. Já pelo ínicio, percebe-se que o jogo tem uma história poderosa e que irá amolecer até o coração mais petrificado.

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Como desgraça pouca é bobagem, anos depois o pai do menino aparenta ter uma doença mortal. Ele e seu irmão mais velho, Naia, são aconselhados a buscar um remédio, que está obviamente em algum lugar remoto. Vale lembrar que tudo isso que estou falando é interpretativo. O jogo não possui diálogos! Os personagens não falam, apenas sussurram, não possui legenda ou coisa do tipo. É tudo por gestos e foco de câmera.

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Mesmo sem falar os irmãos, que são os personagens jogáveis, são muito bem desenvolvidos. Possuem humor diferentes, agem de forma diferente as situações. O mais novo, que viu a mãe morrer desenvolveu hidrofobia(medo de nadar). E isso modifica a forma de jogar em alguns pontos. Explicarei mais a frente. No decorrer do jogo pessoas te ajudarão ou te atrapalharão. Criaturas mitológicas também aparecem, como orcs e gigantes. O caminho é totalmente linear, não existem vários finais. Apenas um que já é sensacional e emocionante.

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Gráficos e Ambientação

O jogo possui gáficos cartunizados que casam muito bem com a ambientação do jogo. Os cenários lembram uma época medieval, com pequenas propriedades rurais e castelos, situados em paisagens belíssimas. O jogo explora vários tipos de locais como florestas, cavernas, montanhas, sempre demonstrando uma grande profundidade, paisagens imensas, dando um tom épico a aventura. O som ambiente dos cenários casam muito bem com a melancolia da história. Em alguns pontos do jogo, é possível sentar os personagens em um banco e admirar a vista.

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A iluminação principalmente nas fases com água ou noturnas são excelentes, e conseguem criar uma sensação imersiva fantástica. O jogo explora muito isso: dia e noite, situações climáticas, como chuva e neve. A água é muito explorada.

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Jogabilidade

A jogabilidade é de longe o ponto alto do jogo. É possível jogar de até dois jogadores, cada um controlando um dos irmão. Basicamente você pode andar utilizando o analógico e interagir com o cenário utilizando os gatilhos. Os controles são muito simples. Tá mais o que tem demais no jogo então? A jogabilidade brilha no single player: os dois personagens s~~ao controlados pelo mesmo controle. Utiliza-se um analógico e um gatilho para cada personagem . Por isso, mesmo no PC, é preciso utilizar um joystick. Algumas vezes eu me enrolei um pouco, principalmente quando os personagens se cruzam na tela, mas não por culpa dos controles.

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É essencial a utilização de ambos os irmãos, pois todos os puzzles do jogo necessitam de dois personagens. Os puzzles são bem simples indo de encontrar itens, utilização de engrenagens e alavancas. Muitas vezes o mais difícil é executar duas tarefas ao mesmo tempo, mas isso depende de sua coodenação motora. Existem algumas lutas que seguem a mesma mecânica simples dos puzzles. A melhor fase do jogo em termos de jogabilidade é a fase da asa delta. É necessário utilizar o peso de cada personagem para direcionar o vôo dentro de uma caverna. Outra fase muito boa é a que controlamos um barco.

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Por ter medo de água, quando for necessário atravessar algum rio, Naia tem que nadar com Naiee nas costas. Em outros momentos, por ser menor Naiee é o único que consegue passar algumas grades ou entrar em algumas fendas. Naia é mais alto e forte. Ele consegue mover alavancas, pedras e caixas, além de ajudar Naiee a alcançar áreas mais altas.

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Considerações Finais

Brothers a Tale of Two Sons é um jogo aclamado pela crítica. Tem média 9.0 para PC, 8,5 para PS3 e 8.6 para Xbox 360 nas reviews mundiais. Ganhou vários prêmios no ano de 2013. É a prova que ainda é possível inovar. E não precisa complicar. Tudo no jogo é extremamente simples. A história é curta porém envolvente. Mesmo sem falas, você sente empatia pelos personagens, que se desenvolvem muito bem durante a gameplay. Os cenários belíssimos e principalmente a jogabilidade com o controle coop ou single player, vão garantir uma rica experiência, a um preço irrisório. É uma compra obrigatória nas promoções de fim de ano.

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Avaliação:

9.0
  • História simples, final surpreendente
  • Gráficos e paisagens muito bonitos
  • Jogabilidade excelente
  • história e mapas lineares
  • Muito curto
João Ibarra
Sul-mato-grossense, mesmo, nunca teve console. Começou jogando no Super Nintendo na casa de amigos. Viveu a era de ouro das Lan Houses jogando CS 1.6 e NFS Underground. Analista de Sistemas, quase Engenheiro da Computação, vendeu a alma para a Steam, é grande fã das franquias Half Life e Max Payne.