Análise My Friend Pedro (Nintendo Switch)

Trazendo várias influências na manga, My Friend Pedro coloca o jogador pra trilhar um caminho de violência psicodélica com um companheiro absolutamente improvável.

My Friend Pedro - principal

Parece que a quantidade de ideias pra jogos de ação é, de fato, uma fonte inesgotável. Apesar das semelhanças dá pra reciclar algo aqui, inverter uma situação vista em outro jogo, incluir uma novidade única e voilà!, surge algo como My Friend Pedro, um jogo de tiro/plataforma com muitas armas e uma banana. Mas calma, eu tô colocando a carroça na frente dos bois. Voltemos do princípio.

início pedro
Açougue morte certa

My Friend Pedro – Blood, Bullets, Bananas é, como dito, um jogo de ação, tiro e plataforma desenvolvido pela DeadToast Entertainment e publicado pela Devolver Digital (quem mais, não é mesmo?) em que o personagem principal, cujo nome não sabemos, é auxiliado por uma banana chamada Pedro a escapar de um cativeiro e eliminar os membros de uma gangue, depois um grupo de mercenários, depois outra gangue e depois, bem… deu pra entender que não é um jogo de fazer amizades.

Ao sermos acordados por Pedro, a banana, descobrimos que o chefe de uma gangue, cujo ofício nas horas vagas é de açougueiro – ou vice versa – irá nos matar a partir daí embarcamos numa jornada sangrenta junto com essa banana falante voadora que irá dar dicas de como abordar certas situações, ensinar alguns truques legais como dar um mortal atirando com duas pistolas e avaliar nosso desempenho após cada fase. Um toque bem legal é que ao executar algumas manobras complexas, a banana aparece no canto da tela com diversas expressões, reagindo ao feito do jogador e lembrando muito o clássico rosto que aparecia em determinadas horas no lendário Mortal Kombat II. Uma referência sutil mas super bem vinda!

banana avalia o jogador
Toasty!

Violência

My Friend Pedro tem muito de vários jogos mas três são influências diretas: Max Payne, Hotline Miami e Super Hot. A esses dois últimos, My Friend Pedro deve o seu estilo de fases com estrutura de tentativa e erro. Você entra, toca o terror pra cima dos inimigos e se não der certo, volta de onde parou. De Max Payne, o jogo herdou a característica mais marcante, o elegante efeito bullet time em que o tempo desacelera pra violência ser mostrada com graça e beleza na tela. Cabeças são despedaçadas, guardas são desmembrados e executados com estilo num balé de pólvora e sangue, muito graças às habilidades do protagonista.

mercenários
Papai Noel FdP

A princípio, a banana nos ensina o salto mortal e o tiro com duas armas em alvos distintos, truques básicos que serão incrementados conforme as fases apresentam novos elementos. Lá pro meio do jogo já estaremos pulando nas paredes, balançando em cordas de ponta cabeça, desviando de balas e executando inimigos com skate, moto, e quaisquer outros objetos disponíveis. Todos a serviço do espetáculo que é atravessar as fases derrubando tudo que se mova.

O Tempo Não Pára

My Friend Pedro foi lançado para Nintendo Switch e computadores e apesar de ser um pouco difícil de manusear os comandos no controle portátil (é um tanto desconfortável) não tenho dúvida de que poder trocar entre a TV e o console móvel é a melhor opção pra experimentar esse jogo psicodélico.

mergulhado após queda livre
Confortably Numb

A estrutura de fases é perfeita pra quem só tem tempo para sessões curtas de jogo e mesmo assim o jogo tem uma quantidade razoável de níveis entre os encontros com chefes, suficiente pra mergulhar o jogador por algumas horas num mar de sangue, balas e bananas.

fase avaliada
Bravo!
Diego Matias
Além dos reviews, escrevo no Riffs & Solos e faço vídeos com meu irmão no canal SuperContra. Passa lá!