Análise Observation (PlayStation 4)

Observation é uma experiência sensacional que mistura o melhor das histórias de exploração espacial já concebidas.

Observation Logo

Apresentado na primeira edição do State of Play, programa de anúncios em que a Sony apresenta suas novidades pelo YouTube, Observation, desenvolvido pela No Code e publicado pela Devolver Digital é um jogo muito bem vindo de ficção científica espacial. Não como Mass Effect ou Destiny, mas como Alien Isolation ou Prey, em que o vácuo espacial é um ambiente 100% hostil ao ser humano.

Drª Emma Fischer
Drª Emma Fisher

Em Observation, acompanhamos a Drª. Emma Fisher, pesquisadora em uma estação na órbita da Terra cuja tripulação inclui outros cientistas da Rússia, China, Estados Unidos e países da União Europeia. No entanto, o jogador não se coloca na pele da cientista ou de qualquer outro astronauta, em vez disso, jogaremos com S.A.M. (System Administration Maintenance), o computador da nave que é colocado pra funcionar pela Drª Fischer logo após um estranho evento ocorrido durante a missão.

The Camera Eye

S.A.M. controla todos os equipamentos eletrônicos dentro da estação espacial e nossa primeira missão como a inteligência real por trás da inteligência artificial é bem simples: abrir escotilhas e procurar por problemas no sistema de diagnóstico da nave. Fazemos isso controlando as diversas câmeras posicionadas em cada módulo da estrutura. Por meio dessas câmeras é possível acessar laptops, sistemas de aquecimento ou ventilação, controle de pressurização e até terminais de energia, as boas e velhas tomadas de parede. O controle dessas câmeras é rígido e lento. É necessário aproximar a visão dos objetos com os quais desejamos interagir e quando um sistema está fora do alcance de uma, podemos alternar entre as câmeras disponíveis (normalmente são 3 por módulo).

S.A.M. cumpre tarefas
S.A.M. cumpre tarefas

Pode parecer bobo mas realizar as tarefas com êxito conforme recebemos instruções da doutora Fisher é bastante satisfatório. Perceber como pequenas tarefas são necessárias não apenas para colocar a estação espacial de volta à sua atividade normal mas para o avanço da história do jogo é um atestado da qualidade do planejamento do jogo por parte dos desenvolvedores. Informações estão dispostas nas paredes para serem coletadas e utilizadas – senhas, esquemas eletrônicos, resumos de teses – e laptops guardam pequenos clips de áudio que ajudam a construir a relação entre os membros da tripulação que normalmente seriam ignorados em um jogo de ação (sinto muito, Prey, mas eu pulei todos) mas aqui, os encontramos em meio a várias informações úteis e enquanto procuramos soluções para as tarefas que nos são designadas. O contexto faz toda diferença.

Esfera
Esfera Guia em Microgravidade.

Starman

Nossa função como S.A.M. não se resume a controlar as câmeras do módulo. Esferas eletrônicas servem como meio para a inteligência artificial navegar pela estação e apesar dos controles serem um pouco difícil a princípio, essa é uma solução maravilhosa que permite ao jogador explorar não apenas as áreas internas mas também o espaço! Sem dúvida o ponto alto do jogo. Sair da estação e navegar solto pelo vazio exterior é muito impressionante, pelo menos para mim que adoro esse estilo de jogo e história. Navegar pelo espaço é por si só uma experiência desorientadora pela perda imediata da referência espacial. Dentro da estação, apesar de também estar solto, há muito mais referências de direção do que fora, onde apenas a fuselagem da nave serve como guia. Interessante como Observation raramente guia o jogador pela mão, mas fornece várias opções para que possamos descobrir e entender o que nos foi solicitado. Isso pode ser um pouco frustrante, já que o jogo exige paciência, raciocínio e claro, observação.

Estação espacial
A Estação Espacial

Tempos Modernos

Observation é uma surpresa maravilhosa. Não apenas pelo que é – um jogo que se passa num cenário de exploração espacial – mas por como se apresenta. É surpreendente como controlar um computador executando pequenas tarefas é satisfatório e perceber como tudo em volta, do design da estação à interação com a tripulação – majoritariamente Drª Fisher – funciona perfeitamente numa história recheada de mistérios cada vez mais intrigantes. Não poderia recomendá-lo mais. Jogue!

O espaço.
No espaço, ninguém pode ouvir voc… calma, essa é outra história.
Diego Matias
Além dos reviews, escrevo no Riffs & Solos e faço vídeos com meu irmão no canal SuperContra. Passa lá!