Análise RAGE 2 (PlayStation 4)

Um jogo de ação colorido, frenético e com DNA bastante diversificado. RAGE 2 não reinventa a roda e o resultado é diversão garantida!

Publicado pela Bethesda, RAGE 2 é produto do desenvolvimento conjunto entre Id Software e a Avalanche Studios e o resultado parece a exata intersecção entre DOOM e Mad Max.

RAGE 2 começa indo direto ao ponto: após escolhermos o sexo do personagem Walker (que não pode ser customizado), somos jogados em um conflito entre soldados da cidade de Vinhal contra uma invasão de um grupo de aliens mutantes, chamados de “Autoridade”. Um acontecimento trágico dá o empurrão necessário para o desenrolar da campanha.

Walker assume o papel de último Ranger da Wasteland (Ermo, em português) e então deve completar missões com o propósito mais nobre de todos: a vingança. Mais direto do que isso, só se RAGE 2 não tivesse história alguma para guiar o jogador. No entanto, o ponto forte do jogo não está na narrativa, mas na ação frenética.

este é o general cross

Após sermos lançados em mundo aberto, o objetivo é localizar três heróis de guerra para dar cabo à vingança de Walker contra o General Cross, líder da Autoridade. Para tanto, temos à disposição a Fênix, um veículo blindado, com artilharia pesada e voz amigável (sim, os carros falam). No caminho podemos encontrar cidades e acampamentos cheios de inimigos para combate além de Arcas, locais onde Walker pode desbloquear novas habilidades para seu traje de Ranger.

Essas habilidades são um dos pontos altos do jogo, pois deixam o combate mais dinâmico, permitindo com que o jogador se arrisque mais e vá para cima dos inimigos. Aliás, tal comportamento é sempre desejado, pois os inimigos mortos deixam para trás pequenos cristais de cura (tal como em DOOM) e à medida que são mortos, enchem o medidor da Sobremarcha, a habilidade especial que permite sofrermos menos dano ao mesmo tempo em que ficamos mais fortes. Além das habilidades desbloqueadas nas Arcas, podem também ser adquiridas melhorias à medida em que o jogo se desenrola, por meio de uma árvore de habilidades, elemento obrigatório em shooters modernos.

A boa genética de DOOM se faz presente no gameplay, pois atirar em RAGE 2 é uma delícia. A resposta do controle e os efeitos sonoros e visuais fazem o gameplay ser muito satisfatório. Com o desbloqueio de novas habilidades de Walker e novas armas, RAGE 2 consegue melhorar o que já é bom, pois é possível dominar o cenário e improvisar das forma que acharmos melhor para eliminar os inimigos. Um combate dificilmente será igual a outro.

Também é possível pilotar qualquer veículo existente no jogo, que inclusive podem ser armazenados na sua garagem e passam a estar disponíveis para escolha futura (como em Mad Max). Existem corridas a serem disputadas e comboios para serem desmantelados em combate em 4 rodas. O que não falta é atividade para ser realizada em RAGE 2, todas dentro da proposta principal do jogo: diversão, com uma boa dose de desafio (o modo dificil é dificil mesmo).

Os gráficos de RAGE 2 são bonitos e as paisagens são bastante variadas, em geral tudo é bastante consistente para ambientar o futuro pós apocalíptico criado para o jogo, com inspirações explícitas de Mad Max e uma direção artística que abusa do neon e da cor rosa para marcar pontos de interesse.

Enfim, RAGE 2 é um jogo cheio de personalidade que cumpre o bem o seu papel, mesmo sem revolucionar o gênero. Apresenta um gameplay coeso e responsivo, que permite uma ação frenética e divertida e uma série de atividades para manter o jogador sempre ocupado. Recomendo para todos que querem atirar, sem maiores preocupações com questões filosóficas, tão presentes atualmente nos vídeo games. RAGE 2 é um ótimo jogo.

A análise foi feita em uma cópia de PlayStation 4, fornecida pela Bethesda.

Tiago Matias Escobar
Metaleiro não uniformizado. Cerveja, pizza, games e viagens ocasionais.