Análise Vaporum (Nintendo Switch)

Um jogo com a cara dos anos 90, Vaporum coloca o jogador numa aventura RPG densa e meticulosa.

Vaporum_destaque

Descrito como um Steampunk , é um em que o personagem se move de quadro em quadro, como uma peça num tabuleiro por uma imensa torre. Cada nível da torre é uma fase do jogo e precisamos investigar cada canto dos corredores para avançar por esse de metal e concreto.

Arte conceitual da torre
conceitual da torre

A história começa com nosso personagem é surpreendido pela imensa torre que se ergue do mar e misteriosamente o atrai para dentro e a pouca informação que nos é revelada sobre essa estrutura chega por meio de cartas e gravações encontradas durante a exploração. São longos trechos escritos e narrados por outras pessoas que chegaram à torre para empreender pesquisas ou para trabalhar na manutenção da estrutura. Essas pesquisas envolvem basicamente uma substância chamada Fumium, que parece ser tanto matéria prima quanto fonte de energia ali dentro, só que algo deu errado e esse material também responde pelo surgimento de diversas hostis, orgânicas e mecânicas.

Step by Step

Vaporum é um jogo bastante simples e sua proposta passa longe de qualquer pretensão mainstream. Os elementos gráficos do jogo são resumidos a poucas animações, especialmente do jogador que, curiosamente, não possui nenhuma. Os ataques são como flashes na tela acompanhados por uma barra de espera e não há qualquer maneira de observar seu personagem ou a armadura que ele veste – essa é mostrada apenas no menu do inventário – nem as mãos que já são tão comum em jogos com perspectiva em primeira pessoa. Mas a característica que molda todos os demais aspectos do jogo é o movimento por quadros. É possível dar apenas um passo por vez e o mesmo vale para mudar a direção do personagem, um toque para o lado e o personagem gira inteiro em noventa graus. O mesmo vale para movimentos laterais. Isso impõe o uso de certas estratégias, principalmente no combate (os inimigos também se movimentam dessa maneira) a ponto de que, nos piores casos, é possível ficar preso entre um inimigo e um obstáculo.

Malditas aranhas mecânicas cuspidoras de ácido

A única coisa mais complicada de se acostumar do que os passos ritmados é o uso de habilidades. Após conseguir sua armadura – escolhendo entre várias classes – é possível encontrar certos itens que dão ao personagem a habilidade de usar “poderes” que usam Fumium como catalizador. O primeiro é o que dispara uma descarga elétrica ao redor do personagem capaz de causar dano por algum tempo em inimigos mecânicos e orgânicos, outra habilidade é a de lançar bolas de fogo que terão mais efeito nos inimigos orgânicos do que nos mecânicos e assim segue. O detalhe é que o esquema de controle associa essas habilidades a um dos botões (Y, X, A ou B) que será associado a ao botão de ação do jogo (ZR). Essa necessidade de associar 2 botões coloca um pequeno obstáculo na fluidez do combate e o movimento por quadros com ataques nos botões L e R não ajuda a tornar os encontros com os inimigos mais fáceis. Ainda assim, é de se admirar como os desenvolvedores investiram tempo na adaptação dos comandos de para os controles padrão da geração atual. Por mais que seja necessário aprender e se acostumar com o esquema (que pode ser mudado à vontade) jogar num controle é por si só um ponto positivo.

Stargazer

Mesmo definido em uma mecânica rígida, Vaporum possui algumas facilidades como um botão de atalho para as ações de interação como abrir portas, baús e alavancas e a possibilidade de definir que o movimento seja mais fluido, simulando um caminhar livre, mas ainda cadenciado pelo avanço em grade. Os menus também estão atrelados a atalhos, assim como o consumo de itens de cura e reposição de energia o que torna a experiência do jogo mais palatável, principalmente para quem estiver interessado de verdade em ler e ouvir cada carta e áudio encontrado, já que são textos relativamente longos que contam parte da história ou apontam para locais secretos.

inimigo em Vaporum
Como faz pra fugir?

Vaporum é um jogo difícil de digerir se você for um jogador que já se habituou às facilidades dos títulos . Além do cenário, sua estrutura será um quebra cabeça para o jogador moderno mas os desafios apresentados junto com o mistério da torre são bastante compensatórios pra quem tiver interesse o suficiente ou para aqueles jogadores que cresceram com os vários títulos publicados nesse nicho há algumas décadas.

Diego Matias
Além dos reviews, escrevo no Riffs & Solos e faço vídeos com meu irmão no canal SuperContra. Passa lá!