Análise Alex Kidd in Miracle World DX (PlayStation 4)

Alex Kidd in Miracle World DX traz a nostalgia do jogo da SEGA, com um salto gráfico e o desejo de ser o mais fiel possível ao original.

Assim como Mario era o mascote da Nintendo, Alex Kidd era o queridinho da SEGA, sendo lançado em 1986 e depois viu seu posto ser substituído por Sonic que reina até os dias de hoje.

Ao ver o trailer do remake de Alex Kidd, automaticamente me gerou uma sensação de nostalgia, já que Alex Kidd in Miracle World foi um dos primeiros jogos que pude experimentar no bom e velho Master System II de um amigo que na verdade eu mais assistia do que jogava, mas felizmente depois de alguns meses eu tive a sorte de ganhar o meu próprio console que era o Master System III Compact, e foi através dele que pude finalmente jogar de verdade, dedicando tempo, enfrentando os desafios e então zerando em um verão de 1994. Lembro disso perfeitamente pois trocava as brincadeiras na rua com os amigos para me dedicar aos jogos eletrônicos, e foi assim que finalizei Alex Kidd in Miracle World.

Saindo da nostalgia do game em 8-Bits e partindo pra geração atual, o remake de Alex Kidd in Miracle World DX desenvolvido pela Merge Games e Jankenteam é muito atrativo e convidativo para aqueles que não jogaram o game na geração em que foi lançado, porém não é apenas uma recriação totalmente fiel ao título do Master System. O game é capaz de fazer uma transição fantástica entre a versão clássica e a moderna, bastando apenas um simples toque de um botão e automaticamente você é levado para sua versão original em pixel, com efeitos sonoros bem simples e caso queira voltar, é só apertar o mesmo botão novamente e estará jogando o game totalmente moderno, bem desenhado e com elementos que jamais poderíamos imaginar no final dos anos 80 e 90. Ou seja, fui pego diversas vezes fazendo a transição das versões para ver inimigos, cenários e os famosos personagens dos duelos Jan-ken-pon. Podemos então terminar o jogo em sua versão original ou em sua versão modernizada, cabe a você escolher.

Melhorias na precisão seriam bem-vindas…

Entendo que é admirável ver como os desenvolvedores ficaram atentos em manter a mesma jogabilidade do game original, porém esse é o único ponto que ficou faltando um ajuste, pois os movimentos de Alex Kidd continuam imprecisos, os socos não saem no momento certo por mais apertado que seja, por várias vezes ele não atinge o oponente antes de acertar Alex Kidd, e o resultado disso é o fato da área ocupada pelos inimigos simplesmente não correspondem o espaço que eles ocupam na tela, é como se eles tivessem um campo de força ou algo do tipo, os pulos dão uma sensação de atraso, foi assim no passado e permanece deficiente no presente, fazendo com que essa falta de precisão se resulte em inúmeras quedas fatais e mortes infantis.

Um simples toque de um botão é suficiente para mudar o jogo para sua versão original.

Mais acessível?

Lembra que anteriormente falei sobre os novos elementos que deixaram o jogo mais interessante? Então, ao contrário do Master System, as máquinas modernas já contam com um salvamento automático, e sim, o Master System é antigo! E em alguns jogos para começar de onde paramos era necessário o uso dos famosos “Passwords”. No Alex Kidd original, perder todas as suas vidas significava começar do primeiro nível, era algo realmente bem punitivo, já em Alex Kidd in Miracle World DX, você é simplesmente levado ao início do mundo atual, o que já o torna mais agradável e acessível aos novatos.

E caso esteja passando por dificuldades em progredir na aventura, existe uma opção chamada de “Vidas Infinitas”, uma maneira mais fácil de avançar no game porém o jogador fica impossibilitado de conquistar determinados troféus. Então fica a sua escolha em jogar o modo normal já facilitado nessa nova versão ou usar as vidas infinitas deixando de ganhar conquistas durante sua jogatina.

Impossível não se encantar com esse visual moderno e charmoso se compararmos ao original de 1986.

Em Alex Kidd in Miracle World DX vamos nos aventurar no mundo Radaxian, no qual Alex Kidd passa a ser um personagem particularmente importante e isso é passado logo nos minutos iniciais do game. “Além de dragões, morcegos, escorpiões, a caixinha de surpresa com um fantasminha” que te persegue e entre outros…

Alex Kidd terá que lidar com chefes muito particulares, pois todos eles têm mãos no lugar dos rostos, dando ênfase ao ponto mais famoso do jogo que são os confrontos de Jan-ken-pon (pedra, papel e tesoura). Para quem já jogou o game no passado sabe muito bem como funciona a mecânica desses duelos podendo até lembrar as combinações certas para vencer cada um dos capitães de Janken que são eles: Gooseka, Chokkinna e Parplin. Para os novatos eu posso dizer que você não tem como saber o que eles vão escolher, e o grande truque após as diversas derrotas que tive no passado, é memorizar o que eles escolhem para derrota-los, e é assim que funciona até o confronto final com o ultimo chefe.

Após todas as batalhas vencidas, vamos em busca para chegarmos até o confronto com Janken, o ser maligno que pretende capturar o mundo de Radaxian. Mas para nossa ajuda, temos acesso a alguns itens especiais, como um anel que permite projetar bolas de fogo, uma bolha de proteção, moto e até mesmo o tão famoso helicóptero que caso você tenha bons reflexos, podem nos ajudar a completar os níveis rapidamente e ao mesmo tempo proporcionando uma jogabilidade diferente do que simplesmente andar, saltar e socar os inimigos.

Alex Kidd Em Miracle World DX  traz de volta as lembranças de infância em um duelo de Jan-ken-pon.

Conclusão

Alex Kidd Em Miracle World DX consegue te seduzir facilmente gerando um efeito “Peter Pan” para os jogadores que hoje estão na faixa dos seus 30 anos. Então se você sente saudade do clássico que estampava caixas do Master System, esse é um bom momento para reviver por um curto período de tempo as lembranças do passado de uma forma totalmente atual e mais orgânica, com cenários repletos de novos elementos que deixam o jogo mais atrativo sem perder a essência do original.

Jogadores novos que nunca sequer souberam o que é Alex Kidd e o que ele representou no passado, podem ter dificuldades em acostumar com as mecânicas do jogo e não sentir o efeito de transição como vários jogadores mais velhos podem sentir, visto que hoje já existem inúmeros jogos de plataforma tão bonitos quanto Alex Kidd in Miracle World DX, mas se você curte jogos desse gênero, dê uma chance a ele, se acostume e logo terá bons momentos de diversão trazidos diretamente dos velhos tempos e refeitos com carinho para a atual geração.

A análise de Alex Kidd in Miracle World DX foi escrita com base em uma cópia de PlayStation 4 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.