Análise Star Wars Jedi: Survivor (PS5)

Star Wars Jedi: Survivor é mais que um grande jogo, é um dos maiores acertos do universo de Star Wars nos últimos anos, mesmo com seus problemas.

Jedi Survivor

Não importa quem esteja lendo, você sabe o que é .

George Lucas revolucionou a indústria do entretenimento na década de 70 e fez com que sua obra fosse tão grande que não coube somente em salas de cinema. Star Wars virou, também, livros, séries, brinquedos, uma infinidade de produtos e, claro, videogame.

A franquia foi comprada pela Disney e nunca esteve tão ativa quanto atualmente, para a felicidade e tristeza dos fãs. Alguns filmes e séries, como o Episódio IX e desagradaram boa parte do público, mas alguns produtos, principalmente os que não fazem parte linha principal, brilharam. É o caso do filme “”, a série “O Mandaloriano” e os jogos Jedi: Fallen Order e Survivor.

Cal e BD-01
Cal e BD-01

Um breve resumo

Como no primeiro jogo da série, aqui estamos na pele de Cal Kestis, um antigo Padawan sobrevivente ao fim da república. Cal se escondeu por muito tempo dos inquisidores após a ordem 66 do “Grande Exército da República” para acabar com todos os Jedis existentes.

Ainda em Fallen Order, nosso Padawan é obrigado a usar a força para salvar um amigo o que chama a atenção do Império Galáctico e é obrigado a fugir e lutar pela vida. Em meio essa tentativa de sobrevivência, Kestis resolve refundar a Ordem novamente indo atrás de todos com conhecimento e habilidade de controlar a força.

Visual de koboth
Visual de Koboth

Agora, mais amadurecido, Cal se tornou um Jedi sob a mentoria de Cere Junda e se une a Saw Guerrera com o objetivo de juntar informações para poder desafiar o império. Temos a boa e velha Mantis como nossa nave e alguns dos antigos parceiros ao lado. Boa parte da história principal é contada rapidamente e de uma forma envolvente, por isso vou evitar detalhes e spoilers.

A força está conosco

A jogabilidade é bem parecida com o Fallen Order, além de golpes com sabres de luz, podemos utilizar a força para atrair ou repelir objetos e inimigos. Um jogador que pegar o jogo pela metade pode ficar confuso com a quantidade de botões que você pode utilizar (ainda temos pulos, defesa e esquiva), mas a progressão é bem natural e rapidamente é possível dominar diversas técnicas para escolher como batalhar com os adversários.

Aliás o jogo carrega em sua essência, uma boa pitada dos souls likes, não existe uma forma “correta” de vencer as batalhas, mas cada inimigo tem um padrão de ataque e defesa, e mesmo os que parecem muito difíceis, após algum tempo de estudo é possível achar uma brecha de como derrotá-los.

Cal batalhando em Star Wars Jedi: Survivor
Postura de lâmina dupla

Novidade mesmo em são as posturas, nossa arma principal continua sendo o nosso sabre de luz, mas é possível usar só com uma lâmina, ou dupla, ou até com as duas mãos. Cada postura te da opções de defesas e ataques, além de uma árvore de habilidades exclusiva para ser evoluída.

Seguindo ainda o caminho dos souls like, o título recém-lançado mantém os “pontos de meditação” ou checkpoints. Lá você pode evoluir seu personagem e principalmente “descansar” recuperando totalmente sua energia, mas tendo o efeito negativo de reviver todos os inimigos do mapa. Assim muitas vezes é melhor seguir em frente, mesmo com menos vida do que ter que enfrentar algum inimigo muito forte novamente. Uma novidade muito bem vinda é que esses locais agora também servem para “viagem rápida”, possibilitando voltarmos a qualquer ponto de meditação já visitado do .

Muita coisa a explorar

Outra grande evolução na franquia é a exploração. Não que a do primeiro episódio fosse sem graça, mas aqui estamos em outro nível. Os mundos são vivos e intrigantes. É fácil passar um bom tempo andando por eles procurando formas de entrar em sala, câmaras e cavernas mesmo sabendo que a recompensa pode ser apenas um item estético.

Star Wars Jedi: Survivor

Aliado a isso ainda temos missões secundárias divertidas e muito bem escritas. Aqui as missões não são só coletar ou entregar itens, cada uma tem uma história mesmo que pequena. Elas se juntam para criar um painel maior de tudo que aconteceu e está acontecendo nesses mundos e com esses personagens. Deixando de pôr todo foco nos personagens principais, uma das críticas que os filmes da linha principal de Star Wars sempre teve.

Tudo é muito bonito, mas por que tantas críticas?

Star Wars Jedi: Survivor é deslumbrante. Testamos no 5 e chama a atenção como jogo é bonito. Já começamos em uma Coruscant quase cyber punk, com muitas luzes, neons, reflexos, chuva, poças. Tudo é bonito e brilha.

Passei um bom tempo admirando esse cenário até chegarmos ao planeta mais importante da , Koboh. Rapidamente estamos em planeta pouco habitado, regiões quase desérticas com uma vegetação parecida com savanas, uma fauna rica, rios e cachoeiras. Em poucas horas parece que estamos em outro jogo mas sempre mantendo a beleza dos gráficos e na direção artística característica de Star Wars.

Tudo isso tem seu preço e título chegou com problemas de performance. Nos ele conta com dois modos: desempenho (meta de 60 fps) e resolução (meta de 30 fps). E ao contrário do que eu imaginei inicialmente, o jogo flui muito melhor no modo de menos quadros.

Mais quadros ou melhor nitidez? Cal ou Link?
Cal ou Link?

No modo “desempenho” o jogo teve um desempenho pior. Além de alguns sacrifícios na parte visual (principalmente com a resolução dinâmica), notei muitas quedas de frames, tirando muito da fluidez da gameplay.

Alguns pequenos problemas de carregamento nas texturas também apareceram. Já no modo “resolução” quase tudo funcionou melhor. Sei que muitos jogadores acham inaceitável jogar em 30 fps em pleno 2023, ainda mais num console que custa quase 5 mil reais. Eu nem discordo tanto, mas assim o jogo funciona melhor. Após alguns minutos foi fácil se acostumar com a taxa de quadros e os bugs e stutterings sumiram. O videogame foi capaz de manter a fluidez e entregar um visual muito melhor, não consegui voltar mais ao outro modo.

Star Wars que se preze precisa trabalhar muito bem o som

E Star Wars Jedi: Survivor é uma fruta que não caiu longe do pé. É possível saber que se trata de um jogo da franquia sem nem olhar pra tela. Tanto a trilha sonora quanto os efeitos são incríveis e característicos demais. Deixa uma assinatura no jogo e ajuda a imersão desse universo.

Talvez seja a opinião de um fã, mas não posso por uma crítica sequer nesse aspecto. Os efeitos sonoros saindo no DualSense também são bem divertidos e imersivos.

Vale a pena?

Sempre defendi o Jedi: Fallen Orden como um grande jogo e ótimo episódio da franquia Star Wars e Jedi: Survivor é ainda melhor em praticamente todos os aspectos.

O jogo tem uma excelente história que, principalmente, é bem contada. Acerta e muito na imersão do universo criado por George Lucas sempre respeitando os preceitos pré estabelecidos em outras obras. Tanto o visual quanto a parte sonora impressionam e os combates são bem responsivos e cheios de possibilidades.

Fica como ponto negativo o desempenho do jogo já que os consoles mais potentes, assim como hardwares topo de linha, sofrem para entregar taxas de quadro que o público já está acostumado. Não que chegue a tirar o brilho do jogo, mas é um ponto que a Respawn e a EA precisa trabalhar para entregar uma experiência melhor para o usuário.

Cal conversando com o NPC Moran em Star Wars Jedi: Survivor
Acabou?

Ainda assim recomendo de olhos fechados para os amantes de Star Wars e com poucas ressalvas para quem só quer jogar um game divertido, bonito e prazeroso.


Jogamos uma cópia de Playstation 5 gentilmente fornecida pela EA, mas Star Wars Jedi: Survivor também está disponível pra e Series S e X.