Análise SteamWorld Quest: Hand of Gilgamech (Nintendo Switch)

SteamWorld Quest é uma aventura RPG com combate por cartas muito carismática que pode ser uma boa porta de entrada para o gênero.

Paralelas ao universo AAA, é impressionante como as desenvolvedores independentes apostam em todo formato e nicho existente e, embora seja exagero concluir que RPG por turno seja algo desconhecido do grande público, certamente o gênero já foi mais popular no catálogo das gigantes da indústria, talvez a exceção seja a Square Enix.

Apostando nesse estilo, o temos SteamWorld Quest:Hand of Gilgamech, um jogo do universo SteamWorld que conta a história de duas amigas robô, Armilly e Copernica, que decidem sair de seu vilarejo pra coletar cogumelos na floresta e acabam entrando em uma aventura muito maior.

batalha contra um chefe em Steamworld Quest
A cartada final

Quem Perde Sai

SteamWorld Quest tem mecânicas bem simples. O mapa possui pequenas áreas interligadas (telas) onde encontramos grupos de inimigos – um grupo com cinco foi o máximo que encontrei – que serão desafiados para uma batalha em turnos usando cartas e cada uma das heroínas possui um conjunto particular de habilidades em seu deck. Armilly é a guerreira do grupo, ataca com uma espada e possui mais pontos de vida enquanto Copernica é a feiticeira cujos ataques se baseiam em manipulação de elementos e pode criar um campo de força defensivo apesar de também usar um ataque físico – ela soca um livro na cabeça dos oponentes.

tela com os membros do grupo do jogo
Cabe mais gente nesse grupo

A dinâmica de combate usando cartinhas possui algumas regras: certas cartas só podem ser usadas quando o grupo acumular certa quantidade de pontos (mostrados numa barra superior durante as lutas) e cada personagem não pode ter consigo mais do que 8 cartas ativas, o que exige que o jogador se planeje enquanto avança até encontrar os próximos inimigos. O combate é bastante divertido e a música ajuda muito no clima de aventura e desafio, mesmo quando enfrentamos inimigos simples como um grupo de abelhas-robô no meio da floresta e até eu que não sou fã de jogos com combate por turno achei esses encontros divertidos.

Um lado não tão positivo é que as batalhas podem durar um pouco além do necessário além de parecer que a recompensa não vale o tempo gasto. O jogo tem uma loja onde podemos comprar novas cartas ou criá-las gastando material acumulado vencendo batalhas. Me parece que o preço dessas novas cartas e a quantidade de material necessário pra obter novas cartas é um pouco alto, já que, como dito, o tempo gasto nas lutas é um pouco longo.

With a Little Help From My Friends

Uma pena que o jogo não esteja localizado para português brasileiro. Não que jogar em inglês seja impossível pra crianças mas como todo RPG, esse jogo possui uma boa quantidade de texto principalmente na explicação de como funciona o sistema de cartas. Nada que não possa ser resolvido com bastante tentativa – afinal somos uma geração inteira que teve que se virar pra avançar nos jogos em inglês e até em japonês – e talvez o auxílio de um adulto.

tutorial de uso das cartas
Não há português brasileiro nas opções de idioma

A experiência de jogar SteamWorld Quest foi uma boa surpresa pra mim. O pouco contato que tive com jogos de combate por turno anteriormente não foi muito interessante e Hand of Gilgamech consegue animar um pouco as coisas com um estilo de arte carismático e um sistema de combate bem acessível para novatos, que é o meu caso.

tela de derrota de steamworld quest
A inevitável.
Diego Matias
Além dos reviews, escrevo no Riffs & Solos e faço vídeos com meu irmão no canal SuperContra. Passa lá!