Moonman

Moonman é um game de visual retrô que nunca é jogado da mesma forma duas vezes.

Minecraft lançou e fez barulho com um mundo onde qualquer coisa podia ser construída. Com certas semelhanças em termos de personagem, visual e univerno generativo, Moonman é um jogo que oferece a seguinte experiência: seu herói (chamado Moonman também) precisa explorar sete mundos diferentes, temáticos e que são completamente destrutíveis. Sua missão é encontrar e montar uma série de fragmentos da lua, ao explorar terras exóticas e ganhar batalhas com seus chefes ao longo do caminho.

O conceito é simples e sua abordagem é feita através de uma estética old school e muitos cálculos matemáticos. Segundo as informações do site do projeto, o game pode ser jogado por inteiro em apenas uma hora. Sim, é pouquíssimo tempo! Porém, há uma pegadinha: o que fará Moonman ser viciante e, de fato, funcionar no mercado é seu fator de jogadas infinitas.

Ou seja, toda vez que você começar uma nova sessão de jogo, todo o universo com suas florestas e vilas serão reconfigurados e gerados de forma completamente nova. Como resultado, você poderá coletar novas armas, energias e ferramentas que ainda não tinha se deparado ou sabia da existência! Isso tornará a sua experiência totalmente nova, como um novo jogo deste infinito universo de possibilidades.

moonman_0002_Layer-9

moonman_0004_Layer-7

moonman_0008_Layer-3

moonman_0009_Layer-2

moonman_0000_Layer-11

O visual do game é um mix de 8bit, 16bit e até um pouco de influência retrô como códigos ANSI (lembra daquelas artes de computador feitas com letras e números?). Mas o que fala mais alto nessa experiência vai muito além da estética nostálgica.
Ben Porter, o criador do jogo, levantou diversas pesquisas em design generativo através de algoritmos, afim de tornar seu univerno com infinitas possibilidades. Trabalhando por mais de 12 anos com pesquisas de modelos 3D, física, biologia e simulação tecnológica, Porter estudou diversos games e usou como referência uma combinação entre aqueles que usam gráficos simples e outros com mecânicas de jogo geradas processualmente.

Seu trabalho como desenvolvedor usando C++ pode ser visto em seu devlog ao longo de dois anos, desde quando começou a desenhar o Moonman no papel. Lá ele conta como alguns de seus algoritmos foram difíceis e custaram muito tempo e aprendizado.
Devido ao design generativo via códigos, seus sete mundos criados possuem fauna e flora que são criadas de forma aleatória. Alguns processos como noise, céculas e erosão são usados em algoritmos para determinar, por exemplo, a criação de cavernas ou montanhas. Já na área de florestas, há uma série de elementos em sua coleção que são gerados através de lígica, junto com as pedras e o restante dos matos.

Quando escrito desta forma, pode parecer que o game é como um mundo de pixels com glitch. Mas a verdade é que o trabalho de Porter foi muito bem feito e, como resultado, o jogo parece real e totalmente novo a cada jogada.

“A chave é achar um equilíbrio entre level design e algoritmos.” – Ben Porter, no site do projeto Moonman

O longo trabalho foi recompensado em uma arrecadação de fundos pelo Kickstarter. Moonman conseguiu arrecadar mais de $46.000 dos $35.000 solicitados.

Haverá uma versão alfa para ser testada, via Steam, no valor de $8. Já é possível participar da pré-venda, enquanto seu lançamento não acontece: maio de 2015. A versão final e pública ainda não tem data definida, apenas que será no final deste ano.


Este texto faz parte da série os melhores indie games a serem lançados em 2015. Cada post trará maiores detalhes de um game digital a ser lançado este ano que já está fazendo barulho. Alguns já estão nos testes finais, outros ainda estão rodeados de mistério. Acompanhe e descubra o seu preferido.

Samanta Fluture
Formada em publicidade pela ESPM e Arte Digital pela Central Saint Martins em Londres, atualmente cursa mestrado em Tecnologias de Inteligência e Design Digital na PUC. Trabalha como redatora web para sites sobre comunicação, tecnologia, cultura e projetos criativos no geral. É apaixonada por arte, viciada em indie games e gosta de se aventurar na programação!