The Westport Independent

Em The Westport Independent, seu papel é censurar a imprensa e manipular a opinião pública.

Em The Westport Independent, você é um editor que deve controlar o que seu jornal escreve e publica em meio a uma era pós-guerra e totalitária. Vivendo sob censura, seu trabalho como jogador é controlar o fluxo de notícias, afetar propositalmente os leitores e, consequentemente, suas opiniões sobre o governo e a força opositora de rebeldes.

Ao longo do jogo, centenas de artigos irão chegar para a sua edição, aparentemente de forma randômica. Como editor, você deverá selecionar as manchetes e os títulos que omitem a oposição e mostram um lado pacifista do governo e de sua população. Ou seja, o que você publica no jornal afeta a cidade Westport e sua população, algo visualmente nítido pois as pessoas passam a tomar atitudes que novamente acabam chegando na mídia, como um ciclo.

Além disso, você também terá a missão de gerenciar seus funcionários, jornalistas cujas personalidades podem atrapalhar seus objetivos e o caminho do jornal. Esse aspecto do jogo é feito de forma misteriosa. Como em um filme de suspense, você provavelmente ficará desconfiado de tudo e de todos, se perguntando em quem pode confiar.

O clima opressivo do game também pode ser visto em seu visual, que é feito inteiramente de pixel art em tons de sépia.

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O desafio é que você não poderá mentir! Haverá notícias de violência nas ruas, de rebeldes lutando para derrubar a censura e de muitos outros problemas reais de um país que acabou de sair de uma guerra. Mas, independente da realidade acontecendo lá fora, sua missão é usar o jornal para apresentar ao povo apenas um lado (mais pacífico e positivo) da história. Ou seja, omitindo situações negativas e florindo atitudes governamentais.

Por exemplo, tudo indica que você irá divulgar uma história sobre o presidente visitando escolas e comunidades, em vez de cobrir manifestações e motins. Mas a verdade é que você está livre para favorecer os rebeldes e semear a discódia, o descontentamento e a coragem de lutar por um país melhor!

De todo jeito, seja qual o caminho escolhido pelo jogador, a narrativa se desenvolve com questões tão atuais (infelizmente) e comuns que chega a parecer, de fato, a nossa realidade.

Por fim, The Westport Independent é um game diferente de tudo o que já joguei. De forma despretensiosa, há diversas lições sobre poder e responsabilidades da imprensa ao longo de sua jogabilidade, além da pressão do jornalismo verdadeiro pelo governo ou pelas forças rebeldes.

O game está sendo desenvolvido pelo estúdio Double Zero One Zero desde o início de 2014. Originalmente, foi feito em uma maratona de 72 horas como protótipo. Acabou gerando certa repercursão sob o nome de Beneath the Surface. Essa versão original que joguei pode ser acessada aqui, via Unity player. 

Recentemente, graças a essa popularidade que o game ganhou no ano passado, o projeto fechou parceria com o Coffee Stain Studios para acelerar a produção e lançar sua versão completa para PC, Mac e Linux no Steam. O lançamento está previsto para o final de 2015.

Abaixo, o último trailer divulgado pelo estúdio, uma sátira em forma de propaganda governamental aplaudindo o totalitarismo e a censura.


Este texto faz parte da série os melhores indie games a serem lançados em 2015. Cada post trará maiores detalhes de um game digital a ser lançado este ano que já está fazendo barulho. Alguns já estão nos testes finais, outros ainda estão rodeados de mistério. Acompanhe e descubra o seu preferido.

Samanta Fluture
Formada em publicidade pela ESPM e Arte Digital pela Central Saint Martins em Londres, atualmente cursa mestrado em Tecnologias de Inteligência e Design Digital na PUC. Trabalha como redatora web para sites sobre comunicação, tecnologia, cultura e projetos criativos no geral. É apaixonada por arte, viciada em indie games e gosta de se aventurar na programação!