Análise Subnautica: Below Zero (PlayStation 5)

Subnautica: Below Zero é uma intrigante aventura submarina envolvendo mistério, exploração e sobrevivência em um planeta gelado.

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2 anos após os eventos ocorridos no jogo anterior, Robin, uma cientista da corporação Alterra, decide entrar clandestinamente no planeta 4546B com o objetivo de descobrir o que aconteceu com sua irmã, Sam. Embora o planeta em que a história se passa seja o mesmo, Robin (e o jogador) irão explorar uma região gelada com icebergs e nevasca, em busca de respostas nas instalações abandonadas e no fundo do oceano.

Abaixo de Zero

Para quem possa ter essa dúvida, Subnautica: Below Zero (PlayStation 5/PlayStation 4) não continua a história de Subnautica, jogo desenvolvido pela Unknown Worlds, diretamente. Em vez disso, acompanhamos a aventura de uma cientista sem qualquer relação com o personagem anterior, exceto por trabalharem para a mesma corporação, Alterra. Essa entidade é praticamente um dos personagens do jogo e tem tanta relevância aqui quanto a Aperture Laboratories possui na série Portal, por exemplo. São dela os equipamentos que nós iremos usar desde o primeiro momento em que caímos em 4546B.

Ao cair na superfície gelada do planeta, temos um único objetivo disponível: ir até a cápsula de sobrevivência, caída em uma região rasa do oceano gelado. Ao seguir em direção a ela aprendemos sobre o frio, o primeiro elemento do qual devemos nos proteger para continuar vivos e, ao encontrar a cápsula tomamos contato com o segundo: o bom e velho oxigênio. Subnautica: Below Zero exige, portanto, que o jogador se equilibre nessa linha entre não morrer sufocado ao fugir do frio e manter o estoque de O² disponível sem ter hipotermia.

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A cápsula de sobrevivência e as receitas para construir equipamentos.

A bem da verdade não é nada complicado manter-se vivo e o maior risco de sufocamento tem o melhor dos motivos: é muito difícil não se deixar levar pela exploração do oceano. De início, temos cerca de 40 segundos de oxigênio à disposição. Parece pouco mas é o suficiente para conseguirmos os materiais básicos para as primeiras montagens no Construtor, o equipamento salvador de vidas presente na cápsula de sobrevivência.

Com algumas fibras de alga e um pouco de titânio, que é encontrado em quase toda parte, podemos construir uma faca. Algumas unidades de cobre e outra espécie de planta ácida são suficientes para construir uma bateria, que vira componente na construção de um escâner, equipamento indispensável para a exploração do fundo do oceano e aprendizado sobre os elementos, a flora e a fauna do lugar.

Assim, Subnautica: Below Zero vai gradualmente nos ensinando sobre essa nova região do planeta, seus minerais, plantas e animais herbívoros e carnívoros. Cada nova descoberta instiga o jogador a avançar um pouco mais longe e isso sempre pode ser feito conforme usamos equipamentos melhores. Por exemplo: uma máscara que melhora o consumo de O² em profundidade, um motor capaz de impulsionar o jogador mais rapidamente, armários portáteis que permitem guardar recursos no fundo do mar. Tudo é útil e quase toda tecnologia tem serventia imediata, um feito muito impressionante para um jogo desse estilo.

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Consiga silicone para equipar nadadeiras.

Sobrevivência e exploração com propósito.

Diferentemente de outros jogos de sobrevivência, Subnautica: Below Zero possui uma história intrigante que serve como mistério paralelo a ser desvendado pelo jogador. Enquanto o objetivo principal leva a protagonista a explorar as instalações abandonadas atrás de arquivos que contam o que houve com a antiga equipe da Alterra, outros personagens irão fazer com que a exploração vá cada vez mais para o fundo do oceano. Quando isso acontece, lá vamos nós atrás de material para construir o que for necessário para nos manter vivos longe da superfície e acredite: o fundo do mar é incrível.

Um dos maiores trunfos de Subnautica que também está presente em Subnautica Below Zero é a qualidade do design de criaturas e elementos do mundo. Tudo embaixo d’água comunica ao jogador parte do seu propósito de modo que dificilmente nos veremos perseguindo um peixe que pensamos ser comestível e que na verdade é tóxico, por exemplo. O mesmo vale para plantas e depósitos minerais cuja aparência pode enganar a princípio (depósito de calcário e argentita são quase parecidos) mas que se tornam inconfundíveis com o tempo.

Subnautica: Below Zero possui todos os textos localizados para português brasileiro, tornando o aprendizado do mundo mais rápido e fácil.

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o Seatruck garante mobilidade sem comprometer O² mas exige suprimento de energia.

Não tão simples, no entanto, é o aprendizado sobre como funcionam certas construções, sua montagem e o ciclo de coleta de recursos. Em determinado ponto do jogo teremos a opção de construir mais estruturas que servirão como a sua base definitiva (ou uma delas) e mesmo que a montagem das estruturas separadas não seja difícil, tive bastante dificuldade em entender como conectá-las. A enciclopédia presente no Data Pad poderia ter um tutorial rápido sobre essa parte tão interessante do jogo e já que estou falando dele, o modo como a descrição dos itens é mostrado na tela do Data Pad poderia ser menos intrusivo, pois do jeito que é, o texto atrapalha a leitura dos itens na tela. Um problema mínimo, eu sei, mas ainda assim um problema.

O último problema que consigo apontar diz respeito à coleta de recursos que poderia ser mais ágil, com a possibilidade de empilhar materiais em grupos dentro do inventário para que o jogador possa focar mais na exploração e menos no gerenciamento que, quase obrigatoriamente, envolve voltar à base para construir ou armazenar materiais.

A exploração é a Recompensa

Não tenha dúvida que apesar desses pequenos defeitos, Subnautica: Below Zero é incrível. A simples introdução do oceano como ambiente de exploração impõe um universo de possibilidades e novas regras instigantes para aqueles que, assim como eu, apenas conheciam jogos de sobrevivência em terra firme (a exceção é Windbound mas nem tanto). Isso sem mencionar como o jogo é lindo com seus efeitos atmosféricos interferindo na exploração aquática.

Esse jogo ganharia muito se tivesse cooperação com outros jogadores mas ainda assim, eu recomendo muito, inclusive para jogar com crianças já que não possui armas ou violência.

Eu não sabia o que iria encontrar quando liguei Subnautica: Below Zero pela primeira vez e digo com todas as letras que fui surpreendido positivamente. Joguem!

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O pôr do sol em 4546B.

A análise de Subnautica: Below Zero foi escrita graças a uma cópia digital gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.

Diego Matias
Além dos reviews, escrevo no Riffs & Solos e faço vídeos com meu irmão no canal SuperContra. Passa lá!