Análise Never Alone Arctic Collection (Nintendo Switch)

Never Alone Arctic Collection é um jogo de plataforma e quebra-cabeças que traz a história da tribo dos Inupiat em uma aventura emocionante.

Inspirada no folclore local, Never Alone Arctic Collection nos leva às terras geladas do Alasca, onde jogamos com Nuna, e sua raposa da neve, Fox em um jogo que mescla elementos de a plataforma e quebra-cabeças. O game já foi lançado anteriormente no Nintendo Wii U em 2014, e ganhou bastante premiações como por exemplo “Melhor Jogo de Estreia”, e agora os usuários do Nintendo Switch terão a oportunidade de jogar o game da “menina esquimó” em seus consoles híbridos.

O game se baseia numa mescla de gameplay e elementos sobre uma tribo do Alasca, Never Alone Arctic Collection foi criado pela desenvolvedora Upper One Games e contou com ajuda de diversos outros grupos, incluindo habitantes nativos da tribo Inupiat do Alasca, que contribuíram não só com a histórias, como também com a arte e idioma nativo do jogo, porém o game tá totalmente traduzido para o PT-BR.

Então vamos lá, a história de Never Alone Arctic Collection começa com Nuna uma Inupiat que queria descobrir o motivo de tantas nevascas na região onde morava no qual estava colocando em risco a vida de sua tribo, pois não conseguiam caçar para sobreviver. Até que Nuna sai sozinha em busca de uma resposta e é ai que aventura começa logo com um momento de perseguição em meio a nevasca onde o risco de morte era quase certo, até que uma raposa acaba salvando a protagonista e ambas criam uma amizade e é assim que a aventura de Nuna e a raposa começa para valer!

Nuna e a Rapousa vão em busca de respostas sobre a nevasca que não tem fim…

Ambos modos de jogo podem ser interessantes

Never Alone Arctic Collection pode ser jogado no modo single player e co-op onde um jogador pode controlar Nuna enquanto o outro a raposa, já no modo single player você pode intercalar entre os dois personagens apenas apertando um botão para realizar a troca.

Nuna é uma personagem mais lenta, mas capaz de mover objetos, subir em cordas e usar uma boleadeira como sua arma principal, já a raposa é rápida e ágil, podendo subir em lugares mais altos e até mesmo usar poderes místicos capazes de interagir com espíritos ancestrais da natureza, e é assim que a jornada progride do inicio ao fim.

Uma dos pontos altos de Never Alone Arctic Collection é que o jogador precisará intercalar entre os dois personagens para conseguir avançar na aventura, ou seja, haverá momentos onde Nuna precisará da ajuda da raposa e vice-versa, então o trabalho em conjunto é fundamental para avançar e cada quebra-cabeça do jogo. Eu não tive a oportunidade de experimentar o jogo no modo multiplayer, mas acredito que seja mais fácil de avançar do que jogando sozinho, não que o game seja difícil, e sim que a inteligência artificial de ambos os personagens quando estão sob controle do script as vezes são bem falhas e confusas levando ao gamer over desnecessário.

A cooperação entre os personagens é emocionante e crucial.

Gráficos, jogabilidade melhorada e som

Os gráficos de Never Alone Arctic Collection são bem interessantes mas nada que vá fazer você saltar os olhos se comparados a outros jogos do gênero, mas posso dizer que existem determinadas partes bem bonitas, tais como a própria nevasca, locais com árvores altas e cenários subaquáticos. A jogabilidade é bem simples e não requer um certo nível de habilidade do jogador, até mesmo os quebra-cabeças são bem fáceis de serem resolvidos, nada que vá fazer sua cabeça explodir, muito pelo contrário, a experiência que tive com Never Alone Arctic Collection é que o jogo tende a ser mais voltado para a mensagem que ele quer passar do que propriamente o foco central no jogo, não que isso seja verdade mas com a ideia de passar um documentário dentro de um jogo fica bem evidente que não é só gameplay que os desenvolvedores querem que você curta.

A parte sonora da para chamar de boa e interessante pois quanto mais avançamos na história somos capazes de encontrar locais específicos que emitem um som diferente do cenário em que estamos passando e é ai que mais uma vez entra a questão do documentário, pois é através desse som que localizamos as corujas escondidas durante a jogatina e cada vez que achamos elas sendo um total de vinte e quatro espalhadas pelo jogo, liberamos um pequeno vídeo no maior formato documentário mostrando algum elemento ou alguma curiosidade sobre a tribo que carrega a historia do jogo e isso faz com que o jogador não só tenha a parte de entretenimento mas como também um pouco de conhecimento sobre a historia e cultura dessa tribo do Alasca.

“Sabedorias antigas” é o nome dado a opção de assistir aos documentários que vamos desbloqueando ao longo da aventura.

Direção artística com conhecimento histórico para o jogador

A ideia é legal mas corre um grande risco do jogador se interessar mais pela gameplay do que a história contada e isso acaba sendo um pouco preocupante, pois os vídeos são de uma qualidade absurda em termos de aprendizagem sobre uma cultura que raramente ouvimos falar, então a dica é que deem uma chance aos vídeos pois ganharam um pouquinho mais de conhecimento através de um game.

Retornando um pouco sobre a história de Never Alone Arctic Collection, Nuna volta para sua tribo e encontra totalmente destruída por alguém que estava procurando alguma coisa, elas continuam seu caminho até que encontram um personagem chamado cara de coruja que com a ajuda de Nuna ao recuperar seu artefato e em troca ele entrega para Nuna uma boleadeira e diz que com ela, a nossa protagonista será capaz de encontrar a pessoa que destruiu a aldeia, e a partir desse momento nos já podemos usara boleadeira como arma principal da nossa pequena Nuna e é ai que acabamos tendo a primeira surpresa nada legal no jogo e passamos a ser perseguidos a partir daí.

Hey, essa menininha não se parece com a Nuna !?

Fugindo para não ser pega, Nuna e a raposa acabam caindo em um bloco de gelo e acabam navegando pelo mar ate encontrar um local firme, o problema é que o local firme é determinante para enfrentar o inimigo que encontramos nos primeiros segundo do jogo, lembra ?

A aventura continua com alguns quebra-cabeças e diversas plataformas onde ela precisa mais uma vez fugir depois de descobrir onde realmente está pisando, porém mais uma vez acabam se deparando com quem ela menos queria encontrar naquele momento. Temos uma cena bastante forte nessa hora, mas como já diz o ditado, “há males que vem para o bem” e Nuna ganha força para enfrentar de vez o mal que os persegue.

Enfim Nuna e a raposa encontram o motivo da existência dessa nevasca incessante e a descoberta é bem interessante durante a narrativa do jogo, tudo é explicado de uma forma bem orgânica. Mas voltando ao que interessa, Nuna descobre o motivo da forte nevasca e terá que voltar novamente para sua tribo, e mais uma vez será fundamental a utilização dos dois personagens para resolver os quebra-cabeças rapidamente, pois agora você já sabe o motivo de tudo e a ansiedade de voltar para finalizar o jogo só aumenta, então nada que uma boa parceria entre os personagens seja executada da melhor forma possível no momento crucial do game.

Uma das partes do documentário mostra como é a tribo Inupiat.

Conclusão

Never Alone Arctic Collection nos coloca em uma aventura com sensação de morte a todo momento, mas infelizmente peca por problemas de jogabilidade onde diversas vezes eu morri por conta de questões do próprio cenário do que o inimigo. O game possuiu mecânicas bem simples e fáceis de dominar para jogadores mais casuais e é um ótimo game para quem acabou de sair de um jogo que requer mais horas de jogo e que desafia suas habilidades.

Costumo chamar esses jogos como refresco quando jogados depois de um game mais exaustivo. Vale a pena jogar o game pelo fato de ter mecânicas simples como vistas em LIMBO, mas não entrega a mesma qualidade visual e muito menos desafiadora.

Como dito anteriormente, o game parece ser mais interessante se jogado com um amigo, mas mesmo assim não é algo que vá te impressionar tendo em vista que o jogo é bem curto, podendo ser finalizado entre duas ou três horas de jogo no máximo que pode ser estendida caso jogue a DLC chamada Foxtales, mas a intenção dos desenvolvedores em trazer uma história um tanto quanto desconhecida para dentro de um jogo, vale muito pelo conhecimento que adquirimos ao encontrar todas as corujas e por fim assistir ao vídeos que vão sendo desbloqueado, e assim finalizando o game tendo seus momentos de jogabilidade e uma boa dose de aprendizado caminhando juntos assim com foi a aventura de Nuna e sua amiga raposa.


A análise de Never Alone Arctic Collectionfoi escrita com base em uma cópia de Nintendo Switch gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.