Análise Streets of Rage 4 (PC)

Após 26 anos desde o lançamento do último jogo da franquia, a SEGA nos presenteia com Streets of Rage 4, um jogo totalmente nostálgico, juntando elementos dos jogos anteriores em uma espécie de compilado e fazendo uma obra prima dos Beat n’ Up.

A história traz a tona os Gêmeos Y, filhos do Mr. X, determinados a restabelecer o legado do seu pai no crime organizado, controlando diversas partes da cidade e contratando capangas de alto nível de habilidade em combate para manter o território. Cabe a Axel Stone, Blaze Fielding e aos novatos Cherry Hunter (filha de Adam) e Floyd Iraia (aprendiz do Dr. Zan) enfrentar esse perigo e salvar Wood Oak City das garras dessa organização.

No questão de gameplay cada um tem suas particularidades, Axel é forte mas é um pouco lento, Blaze tem movimentos rápidos mas bate um pouco mais fraco, Cherry tem movimentos rápidos também e seu combate está mais em movimentos sequenciais e aéreos enquanto Floyd termina o pacote sendo o “Tank” da turma, com golpes superfortes que vão jogar inimigos nas paredes dando oportunidade para combos serem distribuídos a vontade.

É tiro, porrada e bomba

O jogo começa em uma fase no meio de uma rua deserta com várias lojas cobertas de painéis de neon remetendo muito ao primeiro Streets of Rage, e não tem muito segredo na gameplay: andar, dar porrada e evitar apanhar. O que não vai ser muito fácil, já que o jogo mesmo na dificuldade normal já possui vários inimigos surgindo de diversas partes com diferentes modos de combate, uns dão rasteira, uns te jogam longe, uns contra-atacam quando você tenta dar um ponta pé, então diferente dos outros jogos da série onde parecia ser mais fácil só dar porrada e chamar a policia, ou soltar o especial quando necessário, nesse você também vai ter que fazer um combate mais estratégico para evitar o máximo de dano até chegar no chefão com uma barra de vida boa para enfrentar ele.

Streets of Rage 4 também conta com vários tipos de armas para serem coletadas para ajudar no combate, desde uma simples faca até uma maça. É recomendado bater mesmo nos inimigos ao invés de atirar um objeto nele pois a maioria eles conseguem pegar na hora do arremesso e usar contra você. No modo multiplayer (até 4 pessoas), pode ficar mais fácil e bem melhor também na contagem de combos já que quanto mais combo mais ponto você faz e mais rápido você aumenta a sua barra da experiência para liberar os personagens.

Nesse quesito a gameplay vai mudar somente depois da primeira run, já que de começo só estão disponíveis 4 personagens então só quando você terminar o jogo você consegue modificar e variar os combos junto com os amigos já que os personagens se complementam no combate outro contra ponto também é a “poluição” na tela já que vai ter diversos elementos e pode te deixar um pouco perdido do que está acontecendo no momento.

Nostalgia mais de 8000!

Nem é preciso dizer o quanto os sprites dos personagens antigos serão bem-vindos nesse jogo, no mesmo tempo que você está saindo na porrada com os inimigos a SEGA está te dando uma surra de nostalgia. Vilões antigos aparecem a todo momento e alguns com o design mais modernos, como os valentões de jeans, os Grandões que têm diferentes cores de roupas e cada um com uma skill diferentes, a mulherzinha do chicote entre outros.

Trazer esse recurso de usar personagens antigos e também ter oportunidade de ouvir as músicas retro foi uma excelente escolha da SEGA em trazer as origens a tona novamente e poder também apresentar elementos antigos para novos jogadores que vão conhecer a saga a partir desse jogo, Adam não está disponível no começo do jogo mas com o decorrer da história você libera ele e aqui talvez fica um ponto que eu não diria que seja fraco, mas o jogo é curto, em pouco mais de 2 horas você consegue terminar o jogo, também temos a ajuda da famosa policia que vem com sua bazuca onde quer que ela esteja para acertar os inimigos mas infelizmente ela só vem quando você usa o especial de algum personagem usando sprite antigo mas não deixa de ser um recurso muito bem pensado e implementado.

Alguns jogos Beat n’ Up tem esse aspecto de ser longo por serem muito difíceis até mesmo impossíveis (alô Battletoads!) não é o caso de Streets of Rage, claro que se você escolher em dificuldades maiores o desafio vai ser insano e você vai levar bem mais tempo fora que vai ter que fazer um combate ainda mais astuto para conseguir chegar até o final.

Coisas novas também são bem vindas

Além do multiplayer implementado no modo história, também temos disponíveis o modo online que você pode jogar tanto o modo história quanto o modo arcade. O modo Batalha também vem para implementar trazendo o PVP em salas abertas ou fechadas, você entra em um cenário fechado, então é disponibilizado uma arma e então que vença o melhor, um ponto a se observar é que os personagens de design novo podem ter uma certa vantagem principalmente em cima dos principais do primeiro Streets of Rage pois os personagens novos tem uma espécie de Dash apertando 2x pra frente, tem uma espécie de super que são geralmente disparados em personagens próximos e também tem o movimento especial.

Já os personagens antigos não têm a maioria desses movimentos e contam somente com a policia que pode ser facilmente esquivada. O modo batalha de chefões também pode ser jogado multiplayer com a opção de tirar o ferimento amigo onde você enfrenta todos os chefes do jogo com pouquíssimos recursos e além do chefe já ter uma certa dificuldade, ser munido de especial ainda aparecem outros capangas para dificultar ainda mais as coisas. Um ponto de melhoria desse modo podia ser quando desse game over, já que depois que você perde não é mostrado nenhuma tela se você quer continuar ou trocar de personagem, somente volta do 0 a batalha e você tem que pausar e voltar ao menu inicial mas não é nada que afete a experiência de forma negativa.

Um acerto em cheio!

É inegável que a SEGA acertou na dose de nostalgia e entregou um jogo que todos os fãs antigos estavam esperando, outro ponto altíssimo no jogo é a trilha sonora mais uma vez orquestrada pelo gênio Yuzo Koshiro produtor também das trilhas dos outros jogos anteriores.

O jogo também tem alguns extras que fazem você permanecer jogando mesmo após ter terminado, além de liberar outra dificuldade com já com o decorrer do jogo você vai liberando os sprites dos personagens antigos, além de liberar outros mas tudo depende do quão bem você se sair nos estágios e acumular as pontuações. Completando a história normal você consegue facilmente já liberar os 3 primeiros, mas ai o restante depende do seu empenho, você também pode pegar experiência no modo arcade, que é um modo de só 1 ficha com 5 vidas onde você vai ter que se desdobrar para passar todos os estágios tomando o mínimo de dano possível, também é possível ganhar vida nesse modo mas a pontuação é um pouco elevada então não conte muito com isso.

Certamente você que tinha Mega Driver e era fã da franquia tem que jogar esse jogo pois a sensação é a mesma, vai trazer a tona sua criança interior estampando um sorriso de orelha a orelha, e entusiasmado para jogar mais e mais para desbloquear novas coisas (que por sinal é excelente) já que ultimamente vários jogos contam somente com DLC mas aqui voltamos as raízes e se você quiser ter as coisas vai ter que batalhar por elas (literalmente).

Um grande obrigado a Masamune que nos enviou o jogo e parabéns a SEGA que depois de Sonic Mania conseguiu mais uma vez alcançar nossos corações com algo lá do passado.

Andrey Mota
Batizado pelo Mega Drive, desenhista nas horas vagas e todo dia um rage diferente.