Análise Until You Fall (PlayStation VR)

Prepare-se para lutar em um mundo mágico repleto de espadas com habilidades únicas e um sistema de combate frenético em Until You Fall.

Until You Fall se passa em um mundo mágico chamado Rokar que acabou sendo corrompido por uma força maligna e uma Ferreira de runas chamada Agatha nos reviveu para salvar o mundo e é com ela que temos o nosso primeiro contato no jogo, é uma voz sem corpo que fala diretamente com a sua mente em seu primeiro contato com o personagem no jogo. O enredo é bem simples, feito totalmente pra te colocar logo em ação, já que Agatha vai falando conosco durante todo o jogo, é ela quem nos observa e nos revive no santuário que serve de base quando formos mortos. E é aí que percebemos que estamos diante de um rogue-lite, preparados para morrer, ficar mais forte e estudar cada inimigo para avançar no game, lembrando que esse ciclo se repete até o fim “até você cair” exatamente como o próprio nome do jogo já diz.

Como Until You Fall é o meu primeiro contato com um jogo de espadas em realidade virtual, o que mais me chamou atenção foi o sistema de ataque e defesa típico de um hack and slash tradicional, ou seja, enfrentei alguns inimigos com escudos onde eu só consegui causar dano após quebra-los e óbvio que podemos atacar normalmente e bloquear os ataques do inimigo posicionando nossa arma no indicador que aparecerá na tela, pois é ali que sabemos onde o inimigo irá atacar, então temos que ser rápidos e nos defender da maneira correta posicionando a espada, caso contrário sofreremos dano.

Depois de quebrar a defesa, é a hora de causar dano no inimigo caso cortarmos na direção certa marcada na tela. As direções vão fazendo mais sentido se combinarmos os ataques com as duas armas que carregamos pois quando maior o combo, menos tempo levaremos para efetuar um novo Hit, então agilidade é de suma importância, visto que quantidade de cortes que podemos fazer antes que o escudo do inimigo reapareça vai depender do nosso limite de combos, que será não só uma como muitas estratégias de combate que vamos ter que gerenciar conforme progredimos em Until You Fall.

Until You Fall
Saber defender e atacar no tempo certo é um dos primeiros passos para avançar no game

Como disse antes, a combinação ataque e defesa é incrível, pois conforme vamos nos adaptando ao jogo, as partidas vão se tornando cada vez mais dinâmicas e frenéticas. Quando lutarmos contra um único adversário, nossos reflexos serão fundamentais, mas quando houver um grupo deles, teremos que deixar um pouco da habilidade e usar a cabeça, pois a forma como os inimigos se posicionavam, me faziam pensar na melhor maneira de agir e evitar os projéteis dos mágicos que são os mais irritantes do game, daí o motivo de ter que pensar bem antes de agir, pois existem situações onde fazer a leitura do campo de visão e marcar onde cada inimigo está é totalmente valioso para não sermos pegos de surpresa recebermos um ataque por trás enquanto lutamos com um outro rival, ou até mesmo em um ponto cego do jogo.

A imersão que Until You Fall fez com que eu me sentisse realmente um guerreiro, principalmente a cada bloqueio de um ataque inimigo gera uma vibração no PS Move assim como os ataques onde cada vez que enfrentava um inimigo mais forte eu já estava levando para o lado pessoal e executava golpes com força além do necessário, pois cada derrota, cada frustração foi me deixando com mais ódio e vontade de vencer e como o uso da força nos movimentos do PS Move não estraga o controle, eu usei bastante hahaha (isso sim é imersão meus amigos)! E sem contar com os movimentos de esquiva que são feitos fisicamente, então prepare-se para se mexer bastante e até mesmo suar caso jogue por algumas horas.

Aproveitando que falei sobre movimentos físicos, deixo a dica para não jogar sozinho, pois o jogo envolve movimentos em 360, ou seja, para quem não tá acostumado você pode perder facilmente sua noção de espaço e de repente bater com os sensores de movimento ou até mesmo com o óculos de realidade virtual na parede ou objetos que o cercam, como foi o meu caso. Mas vale o esforço para salvar Rokar!

Algo que me deixou extremamente empolgado em Until You Fall, é o fato do game ser totalmente focado em lutas. Jogamos em pequenas zonas de combate onde devemos matar todos os inimigos e avançar para a próxima etapa. É possível que você jogue sentado, pois existe o método de tele transporte no jogo para a locomoção do seu personagem, mas isso não me agradou e fez com que a imersão fosse bastante reduzida ou até nula em alguns momentos.

Until You Fall
Em Until You Fall estudar os inimigos ao redor do cenário é fator crucial para um bom desempenho nas batalhas

A vida me ensinou a nunca desistir…

No inicio de Until You Fall eu morri por diversas vezes, mais precisamente nos estágios iniciais do jogo. Porém, a cada novo jogo me via aprendendo mais sobre os diferentes padrões e comportamento dos inimigos, desde as melhores táticas para lidar com eles quando estão acompanhados, qual build se adequa melhor para o meu estilo de jogo.

E como em todo bom rogue-lite, existe uma progressão durante cada jogo, de modo que notamos uma melhora ao longo de várias desafios sucessivos, ou seja, temos como recompensa escolher entre 3 vantagens possíveis no final de cada zona, dentre elas estão o aumento do nosso medidor de combo, aumentar ou recuperar saúde, ou o mais interessante, vantagens de diferentes tipos: que a habilidade especial da arma é mais poderosa, aumentar o dano total ao custo de reduzir nossa saúde, causar mais danos se dermos golpes mais amplos, etc. O ponto negativo é que Until You Fall está totalmente em inglês, já que saber bem o que cada habilidade faz é essencial para uma combinação perfeita ao nosso padrão de jogo.

A progressão geral será baseada no “Aether” que obtemos entre os jogos e é com ele que podemos comprar novas armas e aprimorar as que já temos. Em Until You Fall existe uma grande variedade de armas, desde espadas, punhais, maças, machados ou até luvas mágicas.

Todas elas utilizam da mesma mecânica básica do inicio do game, porém com certas peculiaridades, por exemplo, o tamanho da arma indica o quão perto devemos estar do adversário para que o corte seja eficaz, sendo mais fácil dar um golpe com a espada do que com a adaga, por exemplo. Nossa habilidade especial também é fundamental, até porque algumas são focadas no bloqueio de inimigos para que não nos incomodem por alguns segundos, envenenando-os para causar danos em sua saúde mesmo que não tenham escudo, podem reduzir sua defesa rapidamente e etc…

Vale ressaltar que o uso de poderes é essencial em Until You Fall, e para isso existem manoplas mágicas que podem não ser eficazes para bloquear ataques, mas são necessárias para atacar com um soco muito poderoso fazendo com que sua habilidade recarregue mais rápido do que com as outras armas disponíveis, então sempre que der use ou você vai acabar em pedaços.

Com as melhorias, podemos aumentar o limite de combinação que uma arma especifica tem por padrão, e conforme a quantidade de upgrades, podemos atribuir a ela danos a saúde e armadura. Aprendi que a chave da vitória se resume em escolher a melhor arma pois nos momentos mais difíceis elas são fundamentais, mesmo com as mecânicas semelhantes, as táticas que cada uma delas oferecem é muito, mas muito diferente. Eu preferi fazer uma mescla entre a espada mágica que deixa os inimigos envenenados e o machado por ser bastante poderoso serve de aliado na hora de finalizar um combo.

Um detalhe que eu gostei muito e não podia deixar de comentar é o modo como nos sentimos poderosos em Until You Fall, ao pegar uma recompensa no final da partida e iniciar com a animação da espada e o machado aparecendo em minhas mãos de uma forma mágica, gera automaticamente essa sensação de poder, lembram quando o “Seiya de Pegasus” usou a armadura de sagitário pela primeira vez? Então, é exatamente assim que me sentia.

Until You Fall
A sensação de estar segurando uma espada em realidade virtual é extremamente satisfatória em Until You Fall

Until You Fall possui um total de 15 zonas, e a cada 5, enfrentamos um chefe poderoso que logo após derrotarmos, somos levados para uma nova região com inimigos ainda mais poderosos. Posso dizer que mesmo em estágios mais avançados, os inimigos se repetem, só que mais rápidos, resistentes e apresentando novos padrões de movimentos, logo você não conseguirá usar as mesmas táticas usadas anteriormente quando o inimigo estava em sua versão mais fraca. Depois de algumas frustrações nas derrotas para os chefões, nada melhor do que a sensação de avançar as etapas e desafios que o game proporciona, conseguir sair vivo logo após lutar com um chefe final de uma zona é extremamente gratificante, dando a sensação de que somos uns verdadeiros guerreiros, sem contar que os confrontos contra os chefes são fantásticos. E Como venho falando, a imersão é tão grande que eu chegava a gritar quando derrotava um inimigo extremamente poderoso.

A imersão no PSVR

Pude perceber que o PS Move responde muito bem, e o esquema de botões usado para mover e girar é excelente, de modo que estamos sempre no controle, sem ter que transformar uma mão em joystick, sacrificando assim sua usabilidade, o que quebraria completamente o clímax de combate do em Until You Fall.

Mas isso não significa que existam algumas limitações, como por exemplo, se virarmos fisicamente porque vimos um inimigo pelas costas o rastreamento em alguns momentos falha porque a câmera acaba não detectando esse movimento, mas ainda sim da para ser jogado perfeitamente.

Visualmente o game é bonito, com inimigos bem detalhados, cenário com cores vivas e os pixels das magias são simplesmente fantásticos. A voz da Agatha é boa, assim como os efeitos sonoros das armas no decorrer do jogo, mas o ponto forte são as músicas em synthwave, que te motivam a continuar tentando, mesmo depois de seguidas mortes, gerando aquele efeito de “Eye of the Tiger” da banda “Survivor” que é a musica tema do filme Rock 3, e faz com que tentamos dar o nosso melhor em cada combate com dificuldade elevada.

Conclusão

Como foi a minha primeira experiência com um game rogue-lite em realidade virtual, acredito que os carinhas da Schell Games criaram um excelente game com sistema de combate corporal em para o VR. Ele começa de um modo simples, até que você percebe que é um jogo viciante e divertido graças à sua fantástica mecânica que nos fará sentir como um espadachim em um universo mágico, desfrutando de cada um dos combates, experimentando grandes armas, suas habilidades e tentando não morrer, e quando isso acontece, retornamos rapidamente ao campo de batalha para se vingar e, desta vez, para libertar o mundo de Rokar.

Tecnicamente Until You Fall entrega tudo o que é esperado dele, desde a incrível trilha sonora a visuais vibrantes que funcionam muito bem, e uma progressão que deixa o jogador cada vez mais confiante com a percepção de que estamos cada vez mais fortes para os combates, tornando-se um game de realidade virtual que não deveria faltar na sua coleção, caso seja um amante de jogos frenéticos com golpes em primeira pessoa.

A análise de Until You Fall foi escrita com base em uma cópia de PlayStation 4 gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do jogo.