Análise Need for Speed Unbound (Xbox Series)

Need for Speed Unbound esbanja estilo e criatividade em seu visual e gameplay arcade divertida. Mas não é livre de problemas.

Need for Speed Unbound

Need for Speed Unbound, o novo jogo da série famosa de corridas da EA, desenvolvido pela Criterion Games, chegou trazendo uma nova roupagem para uma franquia que andava um pouco desgastada após tantos jogos, e havia afastado até mesmo os fãs mais fiéis ao gênero de corridas. Mas será que desta vez, a EA acertou?

Antes de entrar em qualquer opinião vale fazer uma grande ressalva: não sou um cara com tanta experiência no gênero, mas, obviamente, joguei os clássicos, Underground e Most Wanted. Só que desde então, jogos de corrida nunca mais me atraíram novamente, e a muito tempo não sentia interesse em jogar qualquer um do gênero. Até que vi o anúncio desse. E isso por si só já é um ponto positivo.

Estilo artístico de encher os olhos!

Como ressaltei, há muito tempo eu não sentia o menor interesse em jogos de corridas, e muito disto é por tudo parecer igual demais para mim. Sei que pode soar até agressivo para fãs do gênero, mas sempre me pareceu uma fórmula sugada ao máximo e “inovações” mais significativas seriam bem difíceis de serem implementadas.

Contudo, o que me atraiu em NFS Unbound não foi nem sua jogabilidade ou design, mas sim seu lindo estilo gráfico. É difícil explicar em palavras, e aconselho que você veja trailers ou gameplay’s na internet para entender melhor o que estou falando. Mas se eu pudesse resumir: é uma modernização que não exagera.

Perseguição policial Need for Speed Unbound

A Criterion Games soube muito bem aproveitar um visual estilo cartoon, algo que se assemelha muito ao filme de animação recente do Homem-Aranha no Aranhaverso, misturado à “realidade” de uma corrida, em um casamento perfeito.

É algo que realmente salta aos olhos e faz você querer continuar jogando somente para ver que tipo de animação “saíra do carro” se você fizer determinada manobra. Isso se aplica também ao design dos personagens, porém não se compara ao nível de detalhamento e beleza das artes que saem dos carros.

Vi muitos fãs reclamando, se queixando que isso deixou o jogo infantil, ou que tirou um pouco da realidade visual que a franquia sempre teve, mas pelo menos para mim esse é seu ponto mais alto do jogo, e sem esse grafismo provavelmente meu interesse nele teria sido quase zero.

Need for Speed no Aranhaverso (ou quase)

Gameplay fluída ao molde dos clássicos

Algo que sempre se destacou na franquia NFS foi sua gameplay arcade, aquela que você faz curvas a 200km/h ou bate na parede e segue correndo normalmente, e fico muito feliz que isso esteja aqui.

Não precisa ser nenhum grande jogador para se divertir imensamente durante todo jogo. A jogabilidade é simples: acelere, use nitro, e não se esqueça de frear pelo menos um pouco na hora certa, ou seja, tudo que um jogo da franquia tem que ter, está lá.

Isso não significa que ele não é desafiador. Vale dizer que senti um pouco de dificuldade, principalmente da metade para frente, com corridas realmente bastante difíceis, e isso talvez seja um empecilho para alguns visto que cada dia nas ruas você tem um número de tentativas restritas a 4, portando caso não ganhe a corrida, é preciso esperar o próximo dia para novas tentativas. A vitória não é obrigatória em todas as ocasiões, mas influencia diretamente no dinheiro ganho.

Need for Speed Unbound

No quesito história, sendo bem sincero: ela não é nada demais. E imagino que ninguém esperava uma narrativa super complexa em um jogo de corrida também.

Simples ao máximo, ela lembra muito a do já citado neste texto NFS Most Wanted. A função é te manter entretido até o fim, mas é uma narrativa bem contada e com personagens carismáticos, e isso ela faz.

Alguns buracos na estrada

Need for Speed Unbound não é livre de defeitos, entretanto. O imenso mapa com vários eventos entre eles, deixa tudo um pouco enjoativo demais, e acaba que as corridas fiquem um pouco repetitivas, já que você acaba sempre passando pelos mesmo lugares com bastante frequência. Sei que isso é comum em jogos de corrida, mas talvez aqui seja um pouco exagerado.

Outro ponto que me deixou decepcionado e este sim, pesa muito, é a personalização do carro, que achei complexa e pouco criativa.

É complexa por que você pode personalizar tudo, cada peça do veículo pode ser modificada, porém mexer em tudo leva bastante tempo, enquanto os modelos de personalização são muito simples, e em alguns casos, muito feios.

Lembro que no clássico eterno Underground existiam alguns adesivos lindíssimos, muito criativos e era simples fazer as modificações desejadas. A impressão é que pensaram muito na quantidade e a qualidade ficou um pouco de lado.

NFS Unbound

Vale a pena?

Need for Speed Unbound foi um jogo bastante divertido ao longo de suas 25 horas de campanha, mesmo que no seu trecho final ele fique um pouco cansativo. Mas, quando penso nele, vejo um saldo positivo.

Apesar de bastante tempo afastado tempo do gênero de corridas, o visual dele me chamou muito à atenção e ele me soou como algo novo, ou algo que não via faz tempo, mesmo que a estrutura da jogabilidade arcade no geral ter sido mantida.

Pode ser que talvez os fãs de jogos de corridas com estilo mais “clássico” se desapontem justamente com essas novidades e interações visuais, então recomendo pesar o que é importante para você, e de toda forma, talvez esperar uma promoção para se aventurar nas ruas de Lakeshore.


A análise de Need for Speed Unbound foi escrita com base em uma cópia de review gentilmente cedida pela assessoria de imprensa do game. Disponível para PlayStation 5, Xbox Series S, Xbox Series X e PC.